“Vamos caçar alguns orques!”: Reavaliando a Monstruosidade dos Orques

A.P. Canavan
Tradução de Franz Brehme

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Com exceção dos dragões, um dos monstros mais reconhecíveis do gênero fantástico é o humilde orque. Orques, comumente encontrados em hordas (que eu acredito ser o termo registrado®), são as tropas de soldados facilmente identificáveis e descartáveis de todos os magos malignos ou exércitos do Senhor das Trevas, e são os oponentes sempre úteis para os aspirantes a herói em treinamento. Mas dada a tendência do moderno gênero fantástico de se afastar das polaridades morais para posições relativistas mais complicadas, ainda podemos tratar e reagir aos orques da mesma forma? Seria hora de reavaliar orques e, como resultado, os textos em que eles aparecem? Podemos agora ver orques como vítimas dos autoproclamados heróis? Com algumas exceções notáveis, como Grunts![1] de Mary Gentle (1992) e os romances Orcs[2] de Stan Nicholls (1999-), o tratamento dos orques permanece bastante consistente desde que Tolkien os popularizou como inimigos dos heróis.

Tenho certeza de que todos estão familiarizados com os orques da Terra-média de Tolkien. Poderíamos descrevê-los como bárbaros, selvagens, malignos, corruptos, irascíveis, traiçoeiros, canibais e irremediavelmente maus. Resumindo, são criaturas feias, grunhidoras e monstruosas. No entanto, eles também são claramente sencientes; alguns são, no mínimo, bilíngues. Como Tolkien aponta em “Os Uruk Hai”, na terceira parte de O Senhor dos Anéis:

Para surpresa de Pippin, ele descobriu que grande parte da fala era inteligível; muitos dos Orques usavam o idioma ordinário. Aparentemente estavam presentes membros de duas ou três tribos bem diferentes, e não conseguiam compreender a fala-órquica uns dos outros. Havia um debate furioso sobre o que deveriam fazer agora: que caminho iriam seguir e o que deveria ser feito dos prisioneiros. (p. 666)

 

Então, claramente esses orques falam pelo menos duas, talvez até três, línguas: a fala negra de Mordor, sua própria língua órquica e o idioma ordinário de hobbits e homens. Portanto, nem todos os orques são iguais. Existem diferentes tribos com diferentes idiomas e, uma vez que o idioma e a cultura estão entrelaçados, poderíamos presumir que talvez haja diferenças culturais significativas também. Certamente, o exemplo mais óbvio é visível entre os orques de Mordor e os Uruk-Hai de Saruman, como demonstra claramente a disputa entre Grishnákh e Uglûk em As Duas Torres.

Mas esse conflito também prova que os orques podem avaliar metas e necessidades sociais ou de um grupo, além de seus próprios objetivos e ambições pessoais. Eles têm lealdades, podem escolher seguir ordens e possuem ao menos algum elemento de livre arbítrio. Entendem a hierarquia social e cultural, bem como posições individuais de poder. Grishnák e Uglûk discutem sobre o que fazer com os hobbits — deveriam ser mortos, deveriam ser levados para Sauron, deveriam ser revistados? Há tensão entre os orques enquanto lutam para afirmar o domínio pessoal, bem como o domínio de suas respectivas alianças e hierarquias militares.

O que está claro é que eles podem raciocinar e explicar seu raciocínio. Na verdade, esses são seres sencientes; eles são gente racional, pensantes… Pelo menos até certo ponto.

E se parecem cruéis, ao menos para nossos padrões, eles dão para Merry e Pippin suas bebidas órquicas para lhes fornecer energia suficiente para continuarem correndo. Eles demonstram algum nível de compaixão por seus prisioneiros, ainda que possa ser mínimo, e para o qual as motivações não são necessariamente perceptíveis ou claras, já que Tolkien não investiga a perspectiva órquica dado seu foco nas perspectivas humanas e hobbit. Mas esses orques não são criaturas, não são monstros e não são animais burros.

Então, onde podemos encontrar histórias que abordem essa ausência de voz órquica, que nos deem a perspectiva dos orques, que nos contem a história desde o lado orque da guerra?

Um livro que pretende reparar esse equilíbrio é o “Grunts!” de Mary Gentle. Gentle toma a perspectiva órquica enquanto um grupo de orques se prepara para a grande batalha entre as forças do bem e do mal. No entanto, o livro não é uma reparação direta do desequilíbrio de perspectiva; ele é, do começo ao fim, uma sátira aguda ou uma paródia de um estereótipo percebido do gênero da ficção fantástica: a grande guerra.

No entanto, apesar de ser uma paródia do bem contra o mal, batalha cataclísmica/apocalíptica, um tópos que aparece muito no início do gênero fantástico, Gentle tenta dar voz aos orques que, apesar de serem quase onipresentes em sua aparição em diversas séries de fantasia, são uma raça fantástica peculiarmente sem voz e sub-representada quando se fala de narrativa.

Mas essa sinopse é um pouco enganosa. Enquanto Gentle começa com um foco na perspectiva órquica, ela rapidamente altera os orques ao introduzir um fator mágico externo, um geas[3] ou feitiço mágico nas armas que alguns orques encontram no esconderijo do dragão. Isso muda os orques de personagens de fantasia reconhecíveis para caricaturas de fuzileiros navais dos EUA lutando uma guerra em um mundo de fantasia.

Barashkukor endireitou suas costas curvadas até ele pensar que iria rachar. As palavras estranhas que o grande Agaku usou estavam se tornando instantaneamente familiares, quase parte de sua própria língua. Mesmo não sendo um fareja-magia, ele, no entanto, sentiu por instinto orque aquela presença de feitiçaria, geas ou maldição. Mas se a Primeira Classe da Marinha (Descarte-Mágico) não estava reclamando…. Ele fixou o olhar diretamente à frente e cantou: “Nós somos da Marinha!” (p. 51, tradução livre)

A introdução de uma força externa para mudar os orques permite que eles se comportem de diferentes maneiras, que ajam de forma contrária ao seu caráter e características fantásticas estabelecidas. Isso está, naturalmente, alinhado perfeitamente com o foco e intenção de Gentle para o romance, escarnecer do motivo ossificado da Batalha Final que parece se repetir com regularidade alarmante.

No entanto, isso significa que a inversão do orque de Tolkien é usada apenas para efeito cômico e não tenta realmente dar voz à visão de mundo “genuinamente” órquica ou tentar investigar orques em qualquer outra coisa que não paródia. Na verdade, o trabalho de Gentle no fim das contas falha em dar aos orques sua própria voz, representar a visão de mundo deles e falha totalmente em apresentar os orques como uma raça verdadeira de personagens redondos e desenvolvidos. Apenas suas características de Marinheiros recebem voz completa.

Outra narrativa que pretende contar o lado orque da história é a série Orcs de Stan Nicholls. Esses romances contam a história das batalhas de um mundo de fantasia a partir da perspectiva órquica, após os julgamentos, tribulações e aventuras do Capitão orque Stryke e sua banda de guerra, os Wolverines [Carcajus]. Essa série não é uma paródia, não é uma sátira e não tenta escarnecer de um clichê da fantasia. Para todos os efeitos e propósitos, Nicholls parece estar escrevendo a mesma coisa discutida aqui, uma série de fantasia da perspectiva dos orques há muito caluniados.

No entanto, em vez de usar a oportunidade narrativa apresentada por Tolkien em As Duas Torres — essa é a rara visão que temos na política interna órquica e as tensões entre os orques de Mordor, orques da Montanha e os soldados Uruk-Hai de Saruman — Nicholls usa uma isca e desvia. No primeiro capítulo do primeiro romance, Orcs: First Blood, os Wolverines estão saqueando uma aldeia humana e se deparam com um bebê:

Os gritos do bebê subiram para um tom mais incessante. Stryke se virou para olhar aquilo. Sua língua verde e viperina se movimentou sobre lábios manchados. “O resto de vocês está com tanta fome quanto eu?”, ele perguntou.
Sua brincadeira quebrou a tensão. Eles riram.
“Seria exatamente o que eles esperariam de nós”, disse Coilla se agachando e içando a criança pela parte de trás do pescoço. “Cavalgue até a planície e deixe isso onde os humanos vão encontrar. E tente ser… gentil com a coisa.” (p. 13–15, tradução livre)

Infelizmente em “gentil”[4] há uma coincidência. Mas mesmo assim.

Nicholls fez exatamente o mesmo que Gentle, uma vez que ele transformou os orques em algo muito mais simpático. Ele reescreveu o que um orque é e, de fato, reduziu-os a outro clichê de fantasia, o do bom selvagem, dos bárbaros tribais, dos povos nativos que têm um predominante senso de honra que foi abusado por mestres “malignos”. Esses orques são os servos relutantes de um Poder Sombrio.

Portanto, mais uma vez, essa é uma tentativa de corrigir o desequilíbrio narrativo de uma raça de fantasia amplamente utilizada, que sofre de uma aparente falta de capacidade de conceber genuinamente como os orques são, apesar do fato de que isso é evidente a partir do trabalho de Tolkien.

Frame do game Middle-earth: Shadow of Mordor

Há também o novo jogo de computador, Middle-earth: Shadow of Mordor. Nesse jogo, o jogador controla o herói Caminheiro humano, Talion, que compartilha um corpo com um espírito/assombração élfica e que é encarregado de várias missões dentro dos limites de Mordor. O objetivo final é localizar e matar, como vingança, um servo humano maligno de Sauron. No entanto, a grande maioria do jogo é gasta explorando Mordor e matando seus cidadãos, que são, é claro, orques de várias formas e tamanhos.

O jogador é encorajado a torturar e interrogar orques a fim de progredir através do jogo. Na verdade, a tortura de orques para obter informações é às vezes obrigatória pelo jogo e em outros momentos é simplesmente a maneira mais fácil e rápida de progredir. Após um interrogatório, o orque é então executado. Recompensas bônus da missão são dadas para mortes por execução, mortes furtivas, mortes à distância e assim por diante, que permitem ao jogador aumentar e melhorar o personagem. O jogador é continuamente encorajado a matar e torturar os vários personagens orques ao longo do jogo.

Talion encontra vários personagens orques que exibem senciência, astúcia, lealdade, honra, ambição e uma série de outras características em diferentes graus e medidas. De fato, várias das missões demonstram que muitos orques são pressionados ao serviço por “líderes” mais fortes e brutais e não têm escolha a não ser servir no exército de Mordor. Há também uma série de ocasiões em que o personagem se alia com um orque para completar metas.

Apesar disso, orques são considerados monstros intrinsecamente malignos que não podem ser confiados ou redimidos. No entanto, há exemplos em que os orques permanecem orques e suas histórias são acessíveis, seu ponto de vista é articulado e suas vozes são ouvidas.

Embora não seja exatamente as áreas mais respeitadas ou criticamente examinadas da literatura e narrativa fantástica, Dungeons & Dragons e os vários mundos e séries de fantasia associados a ela fornecem uma perspectiva fascinante sobre a evolução dos orques como uma raça fantástica.

O interessante é que o D&D teve de enfrentar um problema com a construção inicial dos orques de Tolkien. Se os orques são sencientes, então por que foram tratados como monstros e não simplesmente como inimigos? As primeiras edições de D&D usavam orques da mesma maneira que a fantasia ruim faz: eles eram simplesmente uma pilha de inimigos bucha de canhão de baixo nível para serem mortos pelos heróis para provar o quão maravilhosos são o Sir Matamuito e a princesa Beije-eles-na-cabeça.

No entanto, à medida que o jogo se tornava cada vez mais complexo (em parte para expandir o mundo para que os jogadores tivessem maior variedade e escolha e, portanto, continuariam comprando mais suplementos e produtos, mas também porque o mundo da fantasia cresceu à medida que o jogo se desenvolvia), ele se tornou mais sofisticado. Começou a sondar e investigar áreas difíceis do que se presumia ser um paradigma simplista. Se você pode ter meio-elfos, meio-anãos, como personagens jogáveis, você pode ter meio-orques?

Se você pode ter meio-orques como personagens jogáveis, você pode ter orques puro-sangue como personagens jogáveis? Como funciona a sociedade orque? Como realmente são os orques?

A fim de desenvolver continuamente D&D para o mercado, a empresa continuou a adicionar raças e tipos de personagens jogáveis, incluindo alguns que as confinantes regras de alinhamento moral descrevem como más. Orques gradualmente entraram no jogo como uma raça jogável, igual a e em par com elfos, humanos e anãos. D&D não é o único jogo a fazer isso. Orques aparecem como raças jogáveis em uma série de produtos da Games Workshop (Warhammer, Warhammer 40K, Blood Bowl e assim por diante).

No entanto, a simples inclusão de algo chamado orques (como Nicholls provou) não garante necessariamente que eles permaneçam identificáveis como orques.

Então vamos considerar a série Lenda de Drizzt de R.A. Salvatore, uma série de longa duração (e que ainda continua) de fantasia sobre as aventuras de um Drow (elfo negro) e seus companheiros. Em The Hunter’s Blades Trilogy [Trilogia As Lâminas do Caçador] (composta por The Thousand Orcs [Os Mil Orques, 2002], The Lone Drow [O Drow Solitário, 2003], e The Two Swords [As Duas Espadas, 2004], livros 14–16 da Lenda de Drizzt), uma das principais cordas narrativas secundárias é um enredo em desenvolvimento sobre um chefe orque ou senhor da guerra, Obould Muitas Flechas [Many Arrows]. Obould Muitas Flechas é inicialmente aliado a um clã de gigantes da geada e acumulou uma horda maciça. Se ele fosse um humano ou um elfo ou um anão, poderia dizer que convocou uma grande força militar ou exército, mas, como é um orque, está preso com uma horda.  

À medida que os livros se desenvolvem, seu exército — errr, horda — consegue empurrar os anãos de volta para os portões do reino anão, Salão Mithral. E o objetivo desse conflito é limpar o espaço nos sopés da cordilheira anã para que o clã órquico possa estabelecer um reino genuíno, livre da interferência de gigantes, senhores das trevas, magos malignos etc. Como resultado, Obould pode abrir relações diplomáticas iguais com elfos, anãos e humanos — na verdade, criar um território soberano órquico reconhecido.

O que torna isso interessante não é que haja uma horda de orques, mas que o propósito de sua “invasão” seja realmente encontrar um reino e uma terra própria. Eles empurram os anãos de volta para seu próprio Reino e, sem pensar muito, você percebe que isso significa que os anãos podem ser reformulados como conquistadores malignos e imperialistas empenhados em acabar com uma raça nativa a fim de roubar suas terras e riquezas. Não que Salvatore diga isso explicitamente, mas o subtexto está presente.

Os orques, por outro lado, estão empurrando os anãos de volta, em essência repelindo um exército do mal em expansão. Os orques não estão “roubando” terras dos anãos. Os anãos vivem no subsolo, então não precisam nem usar a terra acima da montanha; as encostas mais baixas da montanha são livres, desocupadas e não estão em uso.

E o propósito do exército orque não é matar as outras raças ou destruir as forças do bem; é criar uma pátria consolidada onde os orques possam viver livres de perseguição, não mais caçados como animais.

Com efeito, então, Salvatore fez algo que Gentle e Nicholls não fizeram. Ele criou um enredo político envolvente que considera e aborda a perspectiva órquica sem alterar quem e o que os orques são. Em retrospectiva, parece estranho que ninguém tenha feito isso antes. No entanto, os exemplos anteriores não pareciam conceber a “orquicidade” como qualquer outra coisa que não a monstruosidade.

Voltando então a O Senhor dos Anéis, precisamos reconsiderar orques nesta nova luz. Enquanto Tolkien pelo menos se concentrou no fato de que Aragorn, Gimli e Legolas pesaram sua decisão e escolheram tentar resgatar Merry e Pippin no início de As Duas Torres, a adaptação cinematográfica de Jackson é mais reveladora da minha questão.

Quando, no filme, Aragorn se vira para seus companheiros e diz com alegria mal contida: “Viajamos leves. Vamos caçar alguns orques!”, agora podemos ver como isso reduz uma espécie consciente e potencialmente “redimível” a um destino animalesco e monstruoso.

Legolas e Gimli/New Line Cinema

Mas Jackson não é inteiramente culpado porque aspectos desse conceito, essa atitude, aparecem no trabalho de Tolkien. Na batalha do Forte-da-Trombeta, no Abismo de Helm, Legolas e Gimli competem para ver quem pode matar o maior número de orques. Essa competição amigável é apresentada sob uma luz heroica e na adaptação cinematográfica é até fonte de humor.

Mas se considerarmos esse episódio a partir dessa nova perspectiva, contar o número de orques mortos agora parece com um comportamento crasso, desagradável e até malicioso. Parece uma glorificação equivocada do homicídio de inimigos em vez da alegre celebração dos monstros abatidos.

Além disso, nessa batalha, a horda orque restante é arrastada para uma posição indefensável cercada pelos Ents e Huorns, que então, em vez de deixá-los se render, simplesmente os destrói, fora das páginas, sem ruído, sem murmúrio, sem pensar duas vezes. Tolkien descreve isso em terminologia bastante inequívoca: ” Os Orques cambalearam e guincharam e lançaram longe espada e lança. Fugiram como uma fumaça negra impelida por um vento crescente. Lamentando-se, penetraram na sombra que os aguardava das árvores; e daquela sombra nenhum jamais voltou”.

No entanto, embora isso seja uma causa para os heróis celebrarem — os orques eram um inimigo que precisa ser derrotado — por que nós, como leitores, nunca consideramos que esse é o extermínio sistemático de uma raça? Que isso é homicídio em massa, até tentativa de genocídio. Os heróis podem se sentir justificados em suas atitudes, pois tais posições podem ser necessárias na guerra e no combate, mas, para os leitores, certamente devemos questionar as ações dos heróis.

Os heróis não fazem prisioneiros órquicos. Os heróis nem sequer montam campos de trabalho forçado ou campos de prisioneiros de guerra. Todos os combatentes inimigos, mesmo que estejam recuando ou se rendendo, são massacrados. Quando se trata de honrar os mortos, os heróis não dão aos orques caídos um mínimo de respeito ou tentam ritos fúnebres adequados; em vez disso, eles são empilhados e queimados ou jogados em valas comuns.

Então, se nunca questionamos isso, parece que nós enquanto leitores não realmente envolvidos na guerra, tácita ou abertamente concordamos com o extermínio em massa de uma espécie inteira; nos deleitamos com o massacre de uma raça senciente; nós nos deleitamos com o homicídio de combatentes inimigos rendidos; nunca tratamos orques como pessoas, como uma espécie senciente, como uma raça que pode estar do outro lado da guerra, mas ainda merece consideração e respeito.


[1]N.T.: A obra faz um jogo de palavras com “grunt”, que pode ser algo como “soldado a pé” ou “grunhido”. Não encontrei versão traduzida desta obra em português brasileiro.

[2]N.T.: A editora Panini lançou o primeiro volume no Brasil, mas está esgotado. https://amzn.to/2LfG25U

[3] N.T.: Geas é uma palavra gaélica-escocesa que remete aos tabus míticos célticos, uma espécie de proibição (moral e/ou mágica) de fazer um algo um não fazer; às vezes, até pode ser considerado uma espécie de maldição. Muitos personagens da mitologia irlandesa, como Cuchúlainn, têm seu destino atrelado a um geas e geralmente com seu descumprimento, uma punição à altura.

[4] N.T.: Um trocadilho com o sobrenome da autora de Grunts, Mary Gentle, já que “gentle” significa “gentil”.


Obras Citadas

Gentil, Mary. Grunts! London: Bantam Press, 1992.
Jackson, Peter. As Duas Torres. New Line Cinema, 2002.
Nicholls, Stan. Orcs. Garden City, New York: Clube do Livro de Ficção Científica, 2002.
Tolkien, J.R.R. O Senhor dos Anéis: as Duas Torres. Tradução: Ronald Kyrmse. Rio de Janeiro: Harper Collins, 2020.
Middle-earth: Shadow of Mordor. Monolith Productions, 2014.


Texto publicado originalmente na página do The New York Review of Science Fiction, em https://www.nyrsf.com/2015/03/ap-canavan-lets-hunt-some-orc-reevaluating-the-monstrosity-of-orcs.html

Leia também:

Orques e a composição ontológica, por Diego Klautau.

Revisitando o tema Raça no Legendarium de Tolkien, por Dimitra Fimi.


A.P. Canavan mora em Belfast. Uma versão deste ensaio foi apresentada na Conferência Internacional sobre o Fantástico em 2012.

Canavan é bacharel em Literatura Inglesa pela Universidade de Ulster, Mestre em Literatura de Ficção Científica e PhD em Literatura Inglesa pela Universidade de Liverpool, além de ser professor tutor na Universidade Edge Hill e Leitor Avançado e Editor de Steven Erikson e Ian C. Esslemont.

Franz Brehme descobriu Tolkien no comecinho dos anos 90 e nunca mais deixou de se maravilhar.

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