“Mr. Bliss” ou “Sr. Boaventura”: excentricidade, “nonsense” e crítica à modernidade 

Cristina Casagrande

Um livro-álbum, ou seja, aqueles livros normalmente em posição horizontal, cheios de ilustrações que competem com as palavras, tipicamente voltado para as crianças da educação infantil (ou jardim de infância, como chamavam quando eu era pequena). Desenhos singelos, mas encantadores, um humor simples, por vezes, espalhafatoso. Uma letra de mão corriqueira, pouco ou nada ornamentada, mas mesmo assim, cativante.

Esse não é um livro tipicamente tolkieniano, é o que você deve estar pensando, se já não o conhece, ou certamente já pensou, quando soube de sua existência. Pois aqui eu vou mostrar que Sr. Boaventura (Mr. Bliss no original, Sr. Bliss na tradução da WMF Martins Fontes) conserva, na proporção de sua simplicidade, a semente precursora das obras tolkienianas, especialmente de seu legendário, embora não faça parte dele.

Como boa admiradora do Professor Tolkien, vou começar pelos nomes. Uma das características mais interessantes do Sr. Boaventura é o fato de seus personagens terem nomes condizentes com suas personalidades. Não que isso não ocorra nas demais obras do Professor, mas, neste caso, ocorre de forma mais explícita e menos elaborada, mesmo porque seu discurso é bastante acessível para crianças pequenas. Assim, começaremos pelo próprio Mr. Bliss. Diz o Oxford English Dictionary, na edição de 2009:

Bliss, n.
[…]
[[…] OE. blíðe blithe, joyous + suffix -sjâ-, standing, after dentals, for original -tjâ (cf. L. lætitia). Goth. has, instead, the parallel form bleiþ-ei: — OTeut. *blîþ-în-. In later OE. by assimilation and vowel-shortening blíðs became bliss, blis, ME. blisse: cf. OE. milds, milts (:—OTeut. *mild-sjâ- = *mild-tjâ-) mildness, clemency, ME. milze, milce, milse. The meaning of bliss and that of bless have mutually influenced each other since an early period; cf. bless v.1; confusion of spelling is frequent from the time of Wyclif to the 17th c. Hence the gradual tendency to withdraw bliss from earthly ‘blitheness’ to the beatitude of the blessed in heaven, or that which is likened to it.]

Ou seja, o termo bliss em inglês (grosso modo, felicidade ou bem-aveturança em português), já presente no inglês antigo vindo do protogermânico, tem sido confundido com bless, verbo em inglês que significa abençoar, desde o século XVII. As grafias são muito parecidas e suas acepções semânticas também têm a sua proximidade. Com o tempo, a felicidade (bliss), começou a ser extraída do sentido mais “terreno”, ou seja, secular, para o de bênção celeste ou congêneres.

O primeiro significado já é obsoleto, e não vamos discorrer nesse momento. A segunda acepção dada pelo dicionário já traz o uso direto no inglês contemporâneo e diz: “Blitheness; gladness; joy, delight, enjoyment: a.2.a physical, social, mundane: passing at length into b. Mental, ethereal, spiritual: perfect joy or felicity, supreme delight; blessedness. (Early instances difficult to separate from prec.)”.

Ou seja, diversas palavras que significam alegria, deleite, prazer etc. Primeiro no sentido a) “físico, social, mundano”, passando com o tempo a significar também no sentido b) “mental, etéreo, espiritual: júbilo ou felicidade perfeitos, deleite supremo, abençoamento”.

O OED traz como mais um significado de uso corrente c) “The perfect joy of heaven; the beatitude of departed souls. Hence, the place of bliss, paradise, heaven”. “A alegria perfeita do céu, a beatitude das almas que partiram. Consequentemente, o lugar da bem-aventurança, paraíso, céu”. Por fim, existe o sentido d) “A cause of happiness, joy, or delight”, “uma causa de felicidade, alegria ou deleite”.

Em português, também temos algumas palavras para designar esses diversos estados, tanto do aspecto mais “mundano” como contentamento, prazer e bem-estar, até outros mais espirituais como “beatitude” e “bem-aventurança”. Grosso modo, temos a palavra felicidade, mais comum, que também remete a esses múltiplos significados, assim como “happiness” em inglês. Bliss, portanto, é uma felicidade que, embora seja também secular, tem uma forte ligação com o termo bless, de abençoar, seja por sua grafia similar, seja por sua semântica.

Bem, isso tudo é muito interessante, se você tiver algum interesse pelo estudo da língua. Ou pode ser bastante chato, se, ao contrário, etimologia não for, nem de longe, a sua prioridade. Mas a verdade é que o leitor de língua inglesa, criança ou adulto, sabe que Bliss é um sobrenome razoavelmente comum em sua cultura, com algum significado de um substantivo comum, muito embora eles não necessariamente se deem conta disso ao pronunciar tais nomes. Isso não significa que, inconscientemente, seus sentidos não adentrem o imaginário do leitor trazendo mais sabor à história. Assim como para nós é Carvalho, Assunção e… Boaventura!

Boaventura é um nome ou sobrenome razoavelmente comum na língua portuguesa, que remete ao termo bem-aventurança. Segundo o dicionário Aulete: “Felicidade completa, perfeita” ou, “A felicidade eterna, que os bem-aventurados gozam no céu” — acepções muito próximas do significado de bliss. Além disso, “Boaventura” é a aglutinação das palavras “boa” e “ventura”, sendo este último, “sorte, fortuna, felicidade”, de acordo com o dicionário Aulete.

Certo, mas apesar de isso ser muito interessante, será que é pertinente traduzir o nome Bliss para o mais ou menos equivalente na língua original? Ou seja, encontrar um nome ou sobrenome relativamente comum na língua traduzida com significados próximos a bliss, no inglês?

Quanto a isso, é preciso primeiro deixar claro que a tradução é uma escolha e, com ela, há perdas e ganhos. Ela será pertinente e bem-sucedida se tiver um método coerente e consistente ao longo do processo.

Um fato importante que, como tradutora, me levou a tomar a decisão de traduzir o nome Bliss para Boaventura (depois de duas versões anteriores mais “acanhadas”), procurando trazer ao leitor de língua portuguesa tanto quanto possível do efeito original, é que o seu autor é um filólogo. Por mais que fosse uma historinha simples e inofensiva, sabemos que o significado das palavras tem um peso muito maior para J.R.R. Tolkien do que para outros autores não tão ligados ao estudo das línguas e da linguagem.

Além disso, ao nos debruçarmos na história, percebemos que esse jogo com os nomes é recorrente. Mr. Binks, o vendedor do automóvel, traz certa relação opositiva a Mr. Bliss, e percebemos isso logo no começo, pelo som dos nomes bem próximos Bliss/Binks. Seu significado remete a algo duro para se sentar, feito de madeira ou pedra. Daí temos o Sr. Costadura.

Essa relação com os nomes fica bem clara com o Mr. Day e a Mrs. Knight. São sobrenomes comuns em inglês e, pelo som das palavras, formam as palavras “dia” e “noite”, resultando nos nomes Seu Zé Dias e na Dona Maria das Noites, ou simplesmente Dias e Noites. Outros personagens que deixam esse jogo de palavras mais claro são os Dorkinses, remetendo aos termos “dork/dorky”, cujo significado descreve uma pessoa tola, estúpida, desprezível, desajeitada, algo totalmente condizente com os Dorkinses — que eles não me ouçam. Para isso, eles se tornaram a família Bronco em português, buscando uma aproximação dos termos, sem deixar de soar um sobrenome comum por aqui.

Alguns nomes, porém, foram mantidos, para não perder a intertextualidade com o legendário envolvendo Terra-média e seus pressupostos, embora não haja nenhuma relação entre os universos. Eles são Sam, que não é um hobbit, mas o filho mais velho do Sargento Boffin, lembrando a família hobbit Boffin, e o Feitor Gamgi, da mesma forma que é chamado o pai de Samwise Gamgi em O Senhor dos Anéis.

Para o alto

Outro personagem que nos remete ao legendário é o Girafoelho, em inglês, Girabbit. O animal de estimação do Sr. Boaventura é a mistura de uma girafa com coelho. Não é por acaso: tudo na vida do Sr. Boaventura é vertical. Sua casa é comprida, com entrada e cômodos altos — em oposição aos hobbits, que têm tudo redondo e baixinho. Ele também era alto e parecia ainda mais comprido porque sempre usava chapéus tipo cartola, e sua caracterização — com desenhos do próprio Tolkien — com listras verticais nas vestes enfatizam isso.

Em J.R.R. Tolkien: Author of the Century, Tom Shippey discorre sobre a semelhança entre hobbit e rabbit, embora Tolkien, que costumeiramente recusava-se a comparar suas subcriações literárias com alguma referência, tenha relutado em admitir alguma semelhança entre ambos. Embora, conforme aponta Douglas A. Anderson, em The Annotaded Hobbit, Tolkien teria dado um pouco o braço a torcer em um rascunho para um apêndice de O Senhor dos Anéis, que hoje se encontra no The History of Middle-earth – The Peoples of Middle-earth:

“Eu devo admitir que a sutil sugestão do coelho me atraiu. Não que os hobbits se pareçam com coelhos de forma alguma, a não ser que seja por cavarem tocas”

Shippey recorda as vezes em que os hobbits foram comparados aos rabbits: seu hábito de viver em tocas, seus pelos, seus movimentos etc. Além disso, segundo Shippey, hobbit e rabbit têm origens filológicas “importadas”, ou seja, não se sabe ao certo a origem da palavra rabbit, diferente do nome de outros mamíferos selvagens que vieram do inglês antigo, como fox [raposa], weasel [doninha], otter [lontra] etc. A palavra hobbit, no desejo de Tolkien, também teria esse efeito e, para isso, ele mesmo cunhou a palavra holbytla em inglês antigo. O termo hobbit, portanto, teria sido incorporado “do nada” nas narrativas de fantasia como os coelhos [rabbits] apareceram nas histórias infantis de Alison Uttley e Beatrix Potter.

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Infelizmente, não houve como fazer essa transposição linguística entre hobbit e o Girafoelho. Em português, existe a palavra tapiti, que quer dizer coelho. Uma saída seria chamar o Girabbit de Girafápiti ou Giratápiti, pela semelhança dos sons “tápiti” e”hobbit”. Mas, além de não haver identificação direta, perderia a simplicidade tão característica do original. Então, optamos por Girafoelho — nome próximo à versão da tradução anterior, Giracoelho, mas com a aglutinação entre os termos girafa e coelho mais marcada.

Assim, se o Girafoelho tem certa referência, ainda que não proposital, com o lado mais animalesco dos hobbits, o Sr. Boaventura conserva o lado mais “civilizado” e “burguês”, ao menos dos pequenos com o estilo de vida como o de Bilbo Bolseiro.

Pedro Coelho, Beatrix Potter

Sr. Boaventura é chamado na apresentação do livro como um “conto de excentricidade”, à semelhança de Pedro Coelho, de Beatrix Potter, com traços de nonsense como Alice no País das Maravilhas e O Livro dos Disparates, de Edward Lear. A semelhança não é só pela temática, mas também pelas ilustrações.

O Livro dos Disparates, Edward Lear

Quanto à temática nonsense, bem, ter um Girafoelho em casa não é uma coisa lá muito comum, ainda mais se ele for cego. Esqueci de dizer, sim, ele é cego. E encontrar três ursos claramente de pelúcia (inspirados nos ursinhos de brinquedo de seus filhos) e assombrados na floresta também não é algo que condiz muito com a lógica.

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Quanto aos desenhos, feitos a lápis de cor e tinta, trazem um misto de encanto e desconcerto, além de dialogarem com o texto, não sendo um mero adereço. Unidos à própria letra do professor, que escreveu o texto inteiro à mão, os desenhos conferem um charme especial ao livro álbum.

Tolkien escreveu todo o texto de Sr. Boaventura à mão

Uma curiosidade é que na edição do Sr. Boaventura da HarperCollins Brasil, a editora desenvolveu, junto a um estúdio especializado em fontes gráficas, uma letra chamada Bliss 22 pt, que imita a letra do professor. Com algumas alterações para dar mais proximidade ao público infantil, o livro fica ainda mais atraente aos pequenos leitores brasileiros.

Do preço das cores à crítica à modernidade

Foi justamente o preço da tinta, vital para imagens tão coloridas e atraentes, que impediu sua publicação pouco depois do lançamento de O Hobbit:

[…] Como Roverandom e o poema sobre Bombadil, essa his­tória [Bliss] também foi mostrada aos editores de Tolkien em 1937 e foi recebida com muito entusiasmo. Foram feitos acertos preliminares para sua publicação, não tanto como um sucessor de O Hobbit, mas como um divertido tapa-buraco até que a verdadeira continuação ficasse pronta. No entanto, as figuras multicoloridas significavam custos mais altos e os editores perguntaram a Tolkien se não po­deria desenhá-las em estilo mais simples. Ele concordou, mas não conseguiu tempo para realizar a tarefa e o manuscrito de Sr. Bliss ficou engavetado durante anos até ser vendido à Universidade Marquette, nos Estados Unidos, juntamente com os manuscritos das histórias publicadas de Tolkien. (CARPENTER, 2018, p. 223)

Anos mais tarde, Tolkien teve outra oportunidade de lançar o livro, mas sua visão sobre ele já estava mudada:

No final de 1964, o manuscrito de Sr. Boaventura chamou a atenção de Clyde S. Kilby do Wheaton College, […] que propôs sua publicação. Tolkien naquela época passara a desgostar de Sr. Boaventura, a não ser como uma brincadeira privada, e decidiu que seria melhor para a sua reputação se ele fosse publicado postumamente. Só depois de várias empresas americanas perguntarem sobre o livro, que Sr. Boaventura foi finalmente publicado em 1982, um fac-símile do manuscrito ilustrado com uma transcrição tipográfica da caligrafia de Tolkien em cada página oposta. (HAMMOND; SCULL, 2006, p. 591–592, grifo nosso).

Um fato curioso é que na segunda edição de Hammond e Scull, não há mais a informação de que Tolkien passara a desgostar de Sr. Boaventura. Teriam eles se equivocado na percepção da opinião do Professor?

Em 1964, o Professor já tinha 71 anos e uma carreira consolidada como filólogo e autor de fantasia. Quando escreveu Sr. Boaventura, por volta do final da década de 1920 ou início da década de 1930, mais ou menos na mesma época de O Hobbit, ele tinha lá seus 40 anos e sua visão sobre a literatura de fantasia não estava tão amadurecida.

A origem da história é controversa. Na biografia oficial do autor, escrita pelo renomado Humphrey Carpenter, ele teria se inspirado nos infortúnios vividos ao volante, quando comprou um carro em 1932. No entanto, no site da Universidade de Marquette, que comprou o manuscrito de Sr. Boaventura, junto com O Hobbit, O Senhor dos Anéis e Mestre Gil de Ham em 1957, existe outra narrativa:

De acordo com a esposa de Michael Tolkien [Joan], a história foi inspirada no carrinho de brinquedo de Christopher Tolkien, e não, como afirmou Humphrey Carpenter, na biografia de Tolkien, pelos percalços veiculares de Tolkien com o seu primeiro carro, comprado em 1932. Os ursos foram baseados nos ursinhos de pelúcia dos filhos de Tolkien. Jared C. Lobdell atribuiu a redação da história ao período entre 1928–32. Mas Christina Scull e Wayne Hammond dão a sugestão de que o conto deve ter sido concebido um pouco depois, por causa do uso do nome Gamgee Gaffer [Feitor Gamgi] em Sr. Boaventura, um nome que Tolkien e seus filhos criaram para um personagem curioso durante as férias de verão em Cornwall.

Junto aos nomes comuns ao legendário e aos traços hobbitescos, Sr. Boaventura traz mais uma característica fortemente tolkieniana: sua crítica à modernidade.

A pacata vida do Sr. Boaventura, bem como dos seus vizinhos e conhecidos do vilarejo é ameaçada pela presença de um carro, um símbolo da modernidade e da industrialização.

Quando ele finalmente resolve se desfazer da máquina e pegar de volta a sua bicicleta sem pedal, ele recupera a sua sorte (mais ou menos, porque antes de ele gozar de uma paz mais duradoura, ele ainda vai passar pelo seu “purgatório” à la “Expurgo do Condado”, com mais algumas boas confusões no vilarejo). Destacamos primeiro em inglês, ele exclama:

“Well, I am blessed!” said Mr Bliss aloud, and he got up and staggered down hill, over fields and fences, till he struck the road through the village. He went to Binks’s, but no one was up. So he pushed into the yard at the side of the shop, and there was his bicycle just inside a shed. He wheeled it out, and started home. (grifo nosso)

Na tradução da HarperCollins Brasil:

— Bem, estou com sorte — disse alto o Sr. Boaventura, e ele se levantou e cambaleou colina abaixo, sobre os campos e cercas, até que atingiu a estrada para o vilarejo. Ele foi até a loja do Sr. Costadura, mas ninguém estava lá. Então ele entrou nos fundos da loja, e lá estava a sua bicicleta dentro de um galpão. Ele a tirou de lá e seguiu de volta para casa. (TOLKIEN, 2020, p. 71)

Vemos em inglês a presença do termo blessed que justamente tem uma forte referência com o termo bliss, como vimos no início dessa breve explanação. Em português, esse blessed ficou sorte, que, por sua vez, é uma das acepções de ventura. Assim, um simples, mas caprichoso, habitante de um pequeno vilarejo recupera a sua ventura ao abdicar daquele tão atraente carro, amarelo vivo de rodas vermelhas, que, indiretamente, quase o fez perder de vez o seu Girafoelho, a sua ligação com a Natureza.

Independente de todas essas curiosidades da obra, Sr. Boaventura é um livrinho simples, bonito, agradável e muito divertido para crianças de 3 a 120 anos.


Obras citadas
ANDERSON, D.A. The Annotated Hobbit. Nova York: Houghton Mifflin, 2002.
CARPENTER, H. J.R.R. Tolkien: Uma Biografia. Tradução: Ronald Kyrmse. Rio de Janeiro: HarperCollins, 2018.
DICIONÁRIO AULETE DIGITAL. Disponível em: http://www.aulete.com.br
HAMMOND, Wayne G.; SCULL, Christina. The J.R.R. Tolkien Companion and Guide: Readers’ Guide. London: HarperCollins, 2006.
OXFORD ENGLISH DICTIONARY. Second Edition on CD-ROM. Oxford University Press, 2009.
SHIPPEY, T.  J.R.R. Tolkien: Author of the Century. Boston: Houghton Mifflin, 2002.
TOLKIEN, J.R.R. Sr. Boaventura. Tradução: Cristina Casagrande. Rio de Janeiro: HarperCollins Brasil.
TOLKIEN, J.R.R. The History of Middle-earth — The Peoples of Middle-earth. Londres: HarperCollins, 2015.


Cristina Casagrande é a tradutora de Sr. Boaventura para a HarperCollins Brasil ❤

10 thoughts on ““Mr. Bliss” ou “Sr. Boaventura”: excentricidade, “nonsense” e crítica à modernidade 

  1. Gostei do texto me fez compreender melhor a escolha do nome Boaventura, na nova tradução, faz alguns anos que li o livro e não lembro mais de detalhes, gostei do nome giracoelho, assim como gostei da nova escolha feita por você “Girafoelho”, nomes assim cabem muito bem com as ilustrações e são muito importantes para o processo imaginativo das crianças durante a primeira infância.
    -Acho interessante semelhança entre hobbit e rabbit, já havia lido a respeito em alguns locais, mesmo que não seja do agrado do autor, acho muito importante os leitores fazerem associações/análises, afinal esse tipo de conteúdo que faz com que a obra do autor se engrandeça e se perpetue por tanto tempo.

  2. Gostei muito do texto, pois me considero leiga ainda na obra de Tolkien e seu estilo e textos assim são um deleite para minha curiosidade de saber mais. Recebi por e-mail uma propaganda desse livro em edição pela DarkSide. Você recomenda essa tradução? Porque a edição é bem bonita, mas eu não sei se a tradução é cuidadosa. Agradeço pela dica

    1. Oi, o “Sr. Boaventura” é uma edição da HarperCollins. Talvez você tenha confundido com uma publicação da Darkside de uma biografia sobre Tolkien, será que não foi essa que você viu?

      Sobre a tradução do “Sr. Boaventura”, sou suspeita pra falar, mas posso garantir que foi feita com muito cuidado e carinho, pensando nos mínimos detalhes! ❤️

      1. Cristina, desculpa, eu confundi mesmo. E com base no seu texto e explicação aí de cima, certamente a tradução dessa edição saiu muito cuidadosa. Vou procurar. Obrigada!

  3. Vi o livro para comprar, fui procurar sobre e a boa fortuna me guiou até aqui! O teu evidente esmero, tradutora, me convenceu a adquirir o livro! Amo Alice’s Adventures in Wonderland (é meu livro favorito), justamente pelo nonsense afiadíssimo do Dodgson. Só é dificílimo traduzir sem perder a sagacidade dos trocadilhos!
    Vou ficar pelo conteúdo excelente do blog.

  4. Muito bom. Parabéns pelo material!!
    Só queria dizer que faltou, nas obras citadas, a biografia do Carpenter.
    Mais uma vez parabéns!!!

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